Zbigniew Brzeziński – Um dos mentores do “dividir para conquistar” está morto

22.11.2023 | www.kla.tv/27505

Zbigniew Kazimierz Brzeziński morreu na semana passada, em 26 de maio, aos 89 anos. Brzeziński tem sido conselheiro de segurança de vários governos dos EUA desde 1966, sendo inclusive o conselheiro mais importante do ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter. Ele nasceu no leste da Polônia em 1928 e passou sua infância em Kharkov, Ucrânia. Os expurgos que ele experimentou sob o ditador soviético Stalin levaram ao ódio pela Rússia, que o moldaria ao longo de sua vida. Mais tarde, ele se mudou para os EUA e tornou-se cidadão americano em 1958. Em 1966, tornou-se conselheiro do presidente Lyndon B. Johnson. Embora Zbigniew Brzeziński tenha se pronunciado contra a guerra do Iraque e contra a intervenção dos EUA na Síria nos últimos anos da sua vida, isso não deve camuflar a forma como ele perseguiu propositalmente os seus objetivos e, assim, levou povos inteiros à miséria e à morte. Ele expôs abertamente as suas aspirações no seu livro de 1997 “A Única Potência Mundial”: lá ele descreveu a estratégia geopolítica dos EUA como a primeira, única e última potência mundial após o colapso da União Soviética da seguinte forma: “No entanto, até que ponto os Estados Unidos podem afirmar a sua supremacia global depende de como uma América globalmente empenhada lida com o complexo equilíbrio de poder no continente euro-asiático – e se consegue impedir a emergência de uma potência dominante e oposta naquele país.” Em particular, isolar a Rússia é a principal prioridade para manter o domínio dos EUA. Ele já perseguia este objetivo antes do colapso da União Soviética. A intervenção da União Soviética na guerra civil afegã em 1979 foi uma Jogadas de xadrez bem calculada de Brzeziński. Segundo a versão oficial dos EUA, o apoio da CIA aos rebeldes afegãos, como o grupo terrorista Mujahidin, só começou em 1980, após a intervenção do Exército Soviético no Afeganistão em 25 de dezembro de 1979. Mas anos depois, em janeiro de 1998, Brzeziński admitiu numa entrevista à revista francesa Le Nouvel Observateur que Jimmy Carter já tinha assinado uma ordem para apoiar secretamente os rebeldes afegãos em 3 de julho de 1979, quase seis meses antes da invasão soviética. Conforme especulado, o Exército Soviético respondeu à provocação e invadiu o Afeganistão. Brzezinski disse: “Esta operação secreta foi uma excelente ideia. Isso fez com que os russos caíssem na armadilha afegã […]. No dia em que os russos cruzaram oficialmente a fronteira, escrevi ao Presidente Carter: Agora temos a oportunidade de dar à URSS a sua Guerra do Vietnã. E, de fato, durante os dez anos seguintes, Moscou foi forçada a travar uma guerra que o governo não podia permitir, o que por sua vez resultou na desmoralização e no eventual colapso do domínio soviético.” Através deste e de outras Jogadas de xadrez, os EUA acabaram por ser a única potência mundial remanescente. Quando Vladimir Putin foi eleito o novo presidente da Rússia em 2000, Brzeziński estava preocupado com um possível ressurgimento russo. Por esta razão, tornou-se um dos mais fortes apoiantes da expansão da OTAN, iniciada em 1997. Por razões geoestratégicas, Brzeziński era a favor de várias guerras. Em 1999, defendeu o bombardeamento da Sérvia durante a Guerra do Kosovo para promover a expansão da OTAN para o leste. Apoiou também a intervenção militar na Líbia em 2011, castigando a não intervenção como “moralmente duvidosa” e “politicamente questionável”. Em fevereiro de 2014, na conferência de segurança em Munique, saudou e apoiou o Maidan de Kiev e o derrube do então Presidente ucraniano, Víktor Yanukóvytch, como uma renovação democrática. Contudo, o objetivo de Brzeziński era diferente, porque “sem a Ucrânia, a Rússia nunca mais poderia tornar-se uma superpotência”. Sob o pretexto da democracia, Brzeziński contribuiu para mergulhar numerosos países no caos e matar centenas de milhares de pessoas. As guerras foram lançadas para enfraquecer nações e regiões inteiras para garantir a supremacia global dos EUA. O exemplo de Brzeziński mostra que por trás das guerras e de outros locais problemáticos no mundo existem mentores com nomes. Brzeziński foi um deles, mas a sua política belicista de dividir para governar continua por outros mentores, como foi mostrado, por exemplo, no programa de 31 de maio - “Hörstel: “Qualquer um que invista em armamento agora está investindo na Terceira Guerra Mundial”. [veja: www.kla.tv/10593] O objetivo de Brzeziński sempre foi fazer dos EUA a única superpotência e enfraquecer a Rússia como oponente. Foi ele que puxou os cordelinhos para uma série de guerras, mesmo que não fosse um defensor geral da guerra. É mais uma pessoa fria e calculista, que permitiu que o seu ódio pela Rússia levasse nações inteiras à miséria e à morte.

de sak.

Fontes / Links: https://www.jungewelt.de/artikel/311537.ein-leben-f%C3%BCr-den-kalten-krieg.html
https://de.wikipedia.org/wiki/Zbigniew_Brzezi%C5%84ski
https://deutsch.rt.com/9308/international/sicherheitsberater-brzezinski-mit-dem-islam-gegen-russland/
http://www.kritisches-netzwerk.de/forum/ukrainekonflikt-der-lange-weg-der-eindaemmung-ein-weg-wohin